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AULAS NA PANDEMIA

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Nunca foi tão difícil aprender, já se faz 1 ano desde que descobrimos o primeiro caso da Covid-19 no Brasil, e desde então a vida não é mais a mesma. Todos tiveram que mudar a sua rotina e se adaptar ao novo normal, e com os professores e alunos não foi diferente. Com diversos aplicativos que diminuem a distância através da tecnologia se deu início a uma era onde só se estuda com EAD (Educação a distância) Porém, em um país tão desigual como o Brasil o ensino está sendo um direito de todos?

Com a maioria dos preços subindo, o acesso à internet para algumas pessoas ficou inviável, uma pesquisa realizada no dia 26 de maio de 2019, afirma que cerca de 74% da população brasileira tem conexão à internet, o que corresponde a 134 milhões de pessoas em um país que habitam 209,5 milhões.

Isso de acordo com a pesquisa TIC domicílios, realizada pelo Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade. Os desafios que os alunos das escolas públicas vêm enfrentando durante essa pandemia são de se preocupar, principalmente os que estão no seu último ano do ensino médio e que vão prestar concurso para dar início ao ensino superior. Lucas da Cunha estudante da rede pública de São Paulo afirma as dificuldades que vem enfrentando, “Nós alunos de escolas públicas já saímos muito atrás da maioria das redes particulares por questões óbvias, e agora com este problema a disputa ficou completamente desleal, vamos ter que estudar e se esforçar ainda mais para passar em uma federal.” O mesmo aluno ressalta que começou a estudar por conta própria, pois nas primeiras aulas do governo estava uma desordem: "eu acredito que a experiência de ter que estudar por conta própria auxiliou bastante, não só no ensino escolar, mas sim para a vida toda, exatamente por não ter que depender de um lugar específico para estudar.” Por fim, Lucas afirma que não se sente seguro para voltar às aulas “Não acho que seja o momento certo de voltar às aulas, pois a cada semana que passa as coisas pioram. Se esse momento chegar tem que ser da forma certa, não como algumas escolas estão fazendo que estão dando 1 aula a cada 15 dias, que na minha opinião isso não tem vantagem nenhuma e a pessoa não consegue absorver matéria alguma.”

Os pais dos alunos também têm um papel importante para o seu desenvolvimento educacional, os professores solicitam ajuda dos responsáveis para auxiliar nas tarefas da escola, pois com a distância o professor tem as suas limitações, e por isso tenta o máximo possível melhorar a sua forma de ensino, mas sempre vai ter dúvidas ou dificuldades para fazer os exercícios. Por conta disso muitos pais vêm sofrendo junto com seus filhos, revendo coisas que não viam a muito tempo e com dificuldades parecidas, Fernanda Aline que é uma das mães que vem enfrentando essa fase junto com sua filha diz: “A experiência de auxiliar foi bem diversificada, havia dias em que nos divertimos muito e outros que não dava tão certo, ela conseguia entender coisas que eu mesma não sabia dizer e outras vezes por mais que eu explicasse não entrava na cabeça dela, para mim foi muito satisfatório.”

Porém, nem todos os estudantes têm essa oportunidade de ter ajuda dos pais, a grande maioria dos responsáveis vão cedo e volta só no período da noite, José Amorim avô de duas adolescentes ressalta a dificuldade de auxiliar as suas netas neste momento, “Infelizmente não tenho tempo e nem conhecimento o suficiente para ajudar as minhas meninas, parei de estudar na terceira série e desde então trabalho com a sucata, vejo elas fazendo lição até tarde e o máximo que eu posso fazer é pagar a conta de luz e internet para que elas possam estudar.” Dois pólos com situações completamente diferentes.



Como já citado diversas vezes, os professores também vêm sendo afetados, a missão de levar conhecimento para os seus pupilos está cada dia mais difícil de ser

concluída, as maneiras engenhosas de deixar o aprendizado mais fácil e simples são ferramentas que só um profissional da área pode realizar. Portanto professores com a idade mais avançada sente dificuldades para se inserir nesse mundo tecnológico, fazer uploads de matérias ou até baixar um simples arquivo pode ser um problema e tanto, a professora do ensino fundamental Maria Rutilene de 54 anos afirma a dificuldade da adaptação “a gente teve que aprender com os colegas, sair perguntando. Graças a Deus que meus filhos me ajudaram, porque eu sou

muito insegura em relação a tecnologia, a gente tem alguns cursos on-line, mas que não oferecem todo o suporte, então temos que sair perguntando.” E quando perguntada sobre as dificuldades que os alunos veem sofrendo e o que o governo de São Paulo poderia fazer para dar um suporte maior, a professora conclui “Como eu trabalho com ensino fundamental 1, eu acho que o governo deveria cuidar mesmo é das famílias, porque os alunos dependem mesmo é do pai e da mãe, muitos pais acham que é só dever da escola na formação da criança, tem alguns pais que não conseguem ajudar, porque às vezes sai muito cedo de casa e só retorna muito tarde, eu mesma já cheguei a receber atividade das crianças à

meia-noite. Então muitas vezes eu trabalhava das 7 da manhã até a meia-noite ou mais para tentar ajudar as crianças.”






FONTE:https://www.redebrasilatual.co... a-sao-paulo-professores/

https://cetic.br/pt/noticia/tr... Fotos: Katarine Almeida